quarta-feira, 20 de abril de 2011

História de Realengo

Sua[1] delimitação atual foi estabelecida pelo decreto n.º 3158 de 23 de julho de 1981 que o definiu em uma área de 2 605 42 hectares.
Pertence à quinta área de planejamento e dá nome à XXXIII Região Administrativa carioca, a qual compreende os bairros de Deodoro, Jardim Sulacap, Vila Militar, Magalhães Bastos e Campo dos Afonsos. Costuma apresentar as temperaturas mais altas da cidade, embora as noites de inverno sejam freqüentemente frias devido à proximidade com as serras.
Há várias versões para a origem do nome do bairro: uma delas explica que o nome origina-se da[3] denominação da região no período imperial a qual era "terras realengas de Campo Grande", do germânico "realenga" que nomeava tudo que estava longe do poder Real. No entanto, segundo a tradição popular, seu nome é uma abreviatura do nome "Real Engenho" a qual era "Real Engº", afixada sobre as placas no topo dos bondes desta região e que, com o passar do tempo, teria se tornado popularmente "Realengo".
Comprovadamente, as denominadas "Terras Realengas" têm sua origem, segundo alguns historiadores, pela carta régia de 27 de Junho de 1814, através do qual Dom João, ainda príncipe, concedeu, em sesmaria ao Senado da Câmara do Rio de Janeiro, os terrenos situados em Campo Grande chamados de "realengos", porque advindos da conquista territorial pela descoberta do país.
Bairros cariocas
Mapa da cidade do Rio.svg
Rio de Janeiro
A concessão das terras onde hoje é o bairro Realengo, central e periferia, foram destinadas apenas para servir de pastagem de gado bovino, fornecendo carne aos talhos (açougues) da cidade. Estas terras foram proibidas de venda ou de quaisquer outra forma de alienação, obrigando-se a Câmara, por outro lado, a fazer medir e a trazê-las limpas em condições de servir ao fim para que foram doadas pela mencionada carta régia.
O povoado de Realengo foi limitado pelo senado da Câmara do Rio de Janeiro pela provisão de 18 de julho de 1814, tomando posse a coroa destas terras testadas para a estrada de Santa Cruz. Apesar da proibição expressa de arrendamento, vendas ou quaisquer outras forma de alienação, a Câmara, a partir de certa época, valendo-se da carta régia de 27 de junho, passou a aforar todos os terrenos concedidos, fundamentando-se na portaria de 20 de novembro de 1815 do príncipe regente conhecida como aviso régio, que somente permitia o aforamento da parte voltada para a estrada de Santa Cruz com fundos de vinte braças no máximo e não de todo o Realengo.
O bairro teve, como seus primeiros povoadores, escravos e emigrantes portugueses da ilha dos Açores, por ordem do príncipe regente Dom João, futuro Dom João VI. Ao chegarem, se dedicaram à agricultura, levando produtos como açúcar, rapadura, álcool e cachaça pelo porto de Guaratiba. Pelas pesquisas, ao contrário das regiões limítrofes, não houve um sóengenho em Realengo; tudo era levado para sofrer processo de transformação em outras propriedades.
Levando-se em conta a documentação oficial, considera-se a oficialização e criação de Realengo em 20 de novembro de 1815, para essa data foi criada a Semana de Realengo em 20 de dezembro de 2002 a fim de celebrar o bairro.
Em[4] 2 de outubro de 1878 foi inaugurada a estação de Realengo da Estrada de Ferro Central do Brasil. Entre ela e a Escola Militar foi construído um hangar, já inexistente, onde foram construídos os primeiros dirigíveis brasileiros, dando início a aviação brasileira.
Em[5]1898 foi construída a Fábrica de Cartuchos e Artifícios de Guerra do Exército conhecida como "Fábrica do Realengo de munição", desativada em 1978 e também foi inaugurada a Escola de Tática e Tiro do Exército, depois Escola Preparatória de Cadetes do Exército que depois do decreto n° 5698 de 2 de outubro de 1905 viraria a Escola de Artilharia e Engenharia, depois Escola de Aplicação da Cavalaria e Infantaria, seguinte Escola de Aplicação de Artilharia e Engenharia, depois Escola Militar do Realengo. A Escola de Cavalaria e Infantaria seria extinta em 1911 com a transferência da Escola de Guerra de Porto Alegre para Realengo. A Escola Militar permaneceu em Realengo até tranferirem-na para a Academia Militar das Agulhas Negras, no município fluminense de Resende.
A partir da ocupação militar e industrial na região, ela perdeu o aspecto rural e bucólico. Começou, então, a ocupação efetiva dos espaços. Os programas de assistência habitacional criaram diversos conjuntos habitacionais para a população de baixa renda, militares e operários, como por exemplo a Cohab, referência do plano de habitação popular do BNH e os conjuntos habitacionais do IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários), conhecidos por "coletivos", feitos para abrigar os trabalhadores das fábricas.
Depois de o bairro não sustentar mais grandes instituições militares, seu comércio retraiu bastante, já que ele era baseado no público militar. Embora ele também possuísse fábricas de colchões, de componentes de rádio e de vestuário, principalmente de calçados femininos, por causa de sua localização perto da Fábrica de tecidos Bangu.
Apesar de o bairro ser conhecido na história militar brasileira e entre grande parte dos militares do exército, ele ficou nacionalmente conhecido na canção Aquele abraço de Gilberto Gil, onde aparece no verso: "Alô, Alô Realengo, aquele abraço". Isso remete ao tempo que Gilberto ficou detido nas prisões militares de Realengo na época da Ditadura Militar.[6] A expressão "aquele abraço" foi, originalmente, usada como bordão de um programa de televisão pelo comediante Lilico e era desta forma que os soldados saudavam Gilberto Gil.


Em Realengo[9] há o Hospital Estadual Albert Schweitzer, localizado na Rua Nilópolis, nº 329, da parte norte do bairro, perto a Av. Brasil.
O hospital atende uma população estimada em 700 mil habitantes, somando com bairros vizinhos. Há também umas das Unidades de Pronto Atendimento 24 horas, localizada na Rua Marechal Joaquim Inácio, s/nº, próxima ao viaduto de Realengo. Para completar a lista dos hospitais importantes, o bairro possui a Casa de Parto David Capistrano Filho, localizada na Av. Pontalina no centro do bairro, perto do maior Conjunto Habitacional Dom Pedro I, na Rua Cap. Teixeira.
De área verde de Realengo ainda há resquícios de mata atlântica preservadas em áreas militares, serra e campos não locados. Em[10]17 de outubro de 2009 foi inaugurada pelo governador Sérgio Cabral a subsede Piraquara do Parque Estadual da Pedra Branca na chamada Serra do Barata onde ficava a fazenda da família Fernandes Barata, ao custo de R$ 786 mil. Segundo estudo do Instituto Perreira Passos, o bairro possui 52 praças públicas para prática de algum tipo de lazer ou celebração.
No centro do bairro estão duas instituições particulares de ensino superior e uma federal. A Universidade Castelo Branco se destaca na história da educação no bairro, na unidade de Realengo a faculdade de Educação Física se sobrepõe.
Há também as Faculdades São José em atividade desde de 1980, filiada ao Colégio Realengo fundado pelo mesmo fundador daquela. Possui o único curso de Administração Hospitalar do Rio de Janeiro e seu curso de destaque é a faculdade de Odontologia. A alternativa pública é, o ainda em construção, mas em funcionamento, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro com os cursos de graduação em Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Já nas escolas, destaca-se a Escola Nossa Senhora do Carmo, com 80 anos de fundação, sendo resultado do esforço do Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochon, o Padre Miguel da Igreja Nossa Senhora da Conceição na praça Padre Miguel em Realengo, de construir a primeira escola regular da região. Realengo ainda possui outros grandes colegios como Castelo branco (Colegio Paulo Gissoni),Colégio Pedro II(colégio bem tradicional na Cidade do Rio de Janeiro), Simonsen, Francisco de Assis, Souza Lima, Monteiro Passos, Nova Geraçao, Elpidio da Silva, Cultura e Arte.

 

Sub-bairros

  • Barata
  • COHAB Dom Pedro I
  • Jardim Água Branca
  • Jardim Batan
  • Jardim Novo
  • Piraquara
  • Piriquito
  • Vila Itambi
  • Vila Nova
  • Rua do Governo